Volume 11 - Ano 2018
A série Fazendo Antropologia no Alto Solimões (FAAS) chega a seu 11º número – o que é um marco para o trabalho de organizadores(as), autores(as), colaboradores(as), revisores(as) e consultores(as) que integraram as coletâneas até aqui lançadas e também para participantes e convidados(as) que estiveram engajados(as) na presente obra – e não podíamos, desta feita, deixar de registrar nosso descontentamento com os modos como a política científica nacional vem sendo conduzida. Tratam-se de desmandes gerais e específicos, os quais ora fazemos frente a partir dos textos que seguem neste livro.
Contrária a isso, a FAAS, na sua totalidade, já conta com mais de 1,4 mil páginas de papers publicados. São efetividades no sentido de tornar acessível a ciência praticada na e sobre a Amazônia, sobretudo no que se refere à tríplice fronteira “Brasil, Colômbia e Peru”. De igual modo, pesquisas realizadas em territórios afora do bioma integraram os livros lançados até aqui. Por conta desse suposto, acreditamos nós, organizadores deste volume, que não se trata de pouca coisa a ação de dar publicidade a estudos de campo e teóricos fora do eixo Sul/Sudeste do país, mas em verdade é uma atitude de resistência às formas tradicionais de difundir saberes, orquestradas por um governo ilegítimo.
Cabe destacar que levantamentos científicos realizados em universidades e institutos de pesquisa da Colômbia, do Peru e da Alemanha outrora compuseram o volume de resultados de dados que contribuíram para solidificar a série FAAS. E ainda, atos de lançar obras em universidades sediadas para além da Amazônia, e manter-se na resistência pela ciência livre e gratuita, como nossa ação de apresentar sem custos o FAAS 10 na PUC-SP no segundo semestre de 2017, concorrem para a disseminação dos livros entre pares. E, mais uma vez, é razoável enfatizar: trata-se de um engrandecimento para a ciência brasileira a ação de buscar parcerias para fortalecer iniciativas como esta.
Artigos desta Edição
Agricultura familiar no Amazonas: políticas públicas direcionadas ao Ramal do Brasileirinho
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Guilherme Gitahy de Figueiredo
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Gustavo Mota, Lilian Marta Grisolio
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Maria Auxiliadora Coelho Pinto
Dos trilhos às ruas: brinquedos e lazer na Manaus dos anos 30 – 60
Max de Souza Pinheiro
A polidez na arte da escuta
Norma de Carvalho Fancchini
A Feira Municipal de Atalaia do Norte/AM
Sônia Ferreira Ruiz, Michel Justamand
Das borras de café à antropologia visual
Thamirez Lutaif
Arte, luta e fronteira: a capoeira no Alto-Solimões
Tharcisio Santiago Cruz
Etnogênese e territorialização no Quilombo de Santa Tereza do Matupiri/AM, Amazônia
Renan Albuquerque, Georgio Ítalo Ferreira de Oliveira